Fertilidade e saúde mental: O impacto da ansiedade e da depressão na tentativa de engravidar

Mibriam Inbarie
Mibriam Inbarie
Ansiedade e depressão podem influenciar a fertilidade, alerta Oluwatosin Tolulope Ajidahun.

Conforme informa Tosyn Lopes, compreender a relação entre fertilidade e saúde mental é essencial para um tratamento reprodutivo completo. A ansiedade, a depressão e outros transtornos emocionais podem interferir diretamente na produção hormonal, na ovulação e até mesmo na receptividade uterina, tornando o processo de concepção mais desafiador.

Estudos apontam que o estresse crônico afeta negativamente a função do eixo hipotálamo-hipófise-ovariano, comprometendo a liberação de hormônios fundamentais para a ovulação. Ademais, alterações emocionais impactam hábitos como sono, alimentação e prática de atividade física, pilares que influenciam diretamente a fertilidade tanto feminina quanto masculina.

Como o estresse afeta o sistema reprodutor

Em situações de estresse contínuo, o organismo libera níveis elevados de cortisol, hormônio que, em excesso, pode inibir a produção de GnRH (hormônio liberador de gonadotrofinas). Essa interrupção hormonal compromete a ovulação e, em casos prolongados, pode até levar à amenorreia, isto é, à ausência de menstruação.

Adicionalmente, o estresse influencia a produção de progesterona, hormônio essencial para a manutenção da gravidez. Quando há desequilíbrios hormonais severos, o útero pode não estar receptivo ao embrião, mesmo após a fecundação. De acordo com especialistas, mulheres com altos níveis de estresse apresentam taxas mais baixas de sucesso em procedimentos de fertilização assistida.

O equilíbrio emocional é essencial na jornada para engravidar, afirma Oluwatosin Tolulope Ajidahun.
O equilíbrio emocional é essencial na jornada para engravidar, afirma Oluwatosin Tolulope Ajidahun.

Depressão e infertilidade: uma via de mão dupla

A depressão está intimamente ligada à infertilidade, formando um ciclo difícil de romper. De um lado, o sofrimento pela dificuldade de engravidar pode desencadear episódios depressivos; do outro, a depressão em si altera padrões hormonais e pode afetar a ovulação, a libido e até a qualidade dos gametas.

Segundo Oluwatosin Tolulope Ajidahun, é comum que pacientes em tratamento de fertilidade enfrentem sentimentos de angústia, frustração e desesperança. Quando esse estado se prolonga, torna-se essencial integrar acompanhamento psicológico ao processo reprodutivo. Tratar a saúde mental deve ser visto como parte inseparável do cuidado à fertilidade.

Apoio psicológico durante a reprodução assistida

Casais que passam por inseminação artificial ou fertilização in vitro enfrentam um verdadeiro turbilhão emocional. Tosyn Lopes comenta que é fundamental oferecer suporte psicológico em todas as fases do tratamento, desde a escolha da técnica até o resultado final. Medo do fracasso, pressão social e cobranças internas aumentam significativamente o nível de estresse.

Quando há orientação adequada, o casal consegue tomar decisões mais conscientes, lidar melhor com os resultados e manter a saúde emocional estável. Psicoterapia, terapia cognitivo-comportamental, técnicas de relaxamento e meditação são recursos que auxiliam nesse equilíbrio emocional tão necessário.

Saúde mental e fertilidade masculina

Embora muitas vezes esquecida, a fertilidade masculina também sofre impactos relevantes com distúrbios emocionais. Altos níveis de estresse oxidativo, causados por ansiedade e depressão, podem alterar a qualidade do sêmen e prejudicar a motilidade dos espermatozoides. Além disso, a saúde mental interfere diretamente na libido e na vida sexual do casal.

De acordo com Oluwatosin Tolulope Ajidahun, o ideal é que ambos os membros do casal recebam orientação emocional durante o processo reprodutivo. Não apenas a mulher, mas o homem também precisa de acolhimento psicológico e estratégias para enfrentar essa fase com equilíbrio.

Quando procurar ajuda profissional?

Sinais como insônia persistente, crises de ansiedade, alterações de apetite, isolamento social e queda no interesse por atividades cotidianas são indicativos de que a saúde mental está fragilizada. Nesses casos, o acompanhamento psicológico ou psiquiátrico é essencial e deve ocorrer paralelamente ao tratamento de fertilidade.

Tosyn Lopes conclui que tratar a saúde emocional não apenas melhora a qualidade de vida, como pode influenciar diretamente nos resultados reprodutivos. Cuidar do emocional é uma forma inteligente e sensível de fortalecer o corpo para receber e nutrir uma nova vida.

Autor: Mibriam Inbarie

As imagens divulgadas neste post foram fornecidas por Oluwatosin Tolulope Ajidahun, sendo este responsável legal pela autorização de uso da imagem de todas as pessoas nelas retratadas.

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