Ontem, Polícia Federal criou gabinete de crise em base cedida pela Marinha
A Polícia Federal começou a investigar possível responsabilidade humana nos incêndios que atingem o pantanal brasileiro.
Segundo delegados da PF em Mato Grosso do Sul ouvidos pela reportagem, acreditava-se que no mês de julho a situação ia se agravar porque historicamente é assim e porque as condições indicavam.
No entanto, a PF passa a apurar a responsabilização daqueles que porventura estejam fazendo mau uso do fogo ou até uso doloso das chamas para criar “situações de interesses inconfessáveis”, segundo um investigador.
Nessa linha de investigação da responsabilização, após o incêndio ser debelado pelos bombeiros, a PF colocará peritos e investigadores no local para responder duas perguntas: a origem do fogo e se foi provocado por causa humana ou natural.
“Na grande maioria das vezes a causa é humana. E 95% do território do pantanal é de propriedade privada, rural”, diz um delegado à frente do caso.
Após atestar se o incêndio começou com alguém colocando fogo na mata, a PF parte para a autoria, por dolo (intenção) ou culpa (por não conseguir controlar). Não há prazo para identificação, mas os investigadores trabalham em ritmo apressado.
Nesta quinta-feira (27), a Polícia Federal criou um gabinete de crise por conta dos incêndios no Pantanal brasileiro. O gabinete está no município de Ladário, em Mato Grosso do Sul, onde há uma base naval da Marinha do Brasil, cedida à PF.
Segundo a PF, as ações do gabinete devem se somar à busca da responsabilização por eventuais ações criminosas associadas à crise de fogo na região do Pantanal brasileiro com base em investigações policiais que identifiquem autoria, materialidade e circunstâncias destes crimes.
Ontem, a PF também passou a disponibilizar acesso gratuito a imagens de satélite de alta resolução para municípios atingidos ou em risco pelos incêndios no Pantanal.
Todos os municípios de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul podem solicitar acesso. Os órgãos estaduais também podem solicitar adesão. A disponibilização é gratuita e não exige contrapartida financeira.